Com a população mundial em constante crescimento, será um desafio conseguir produzir alimentos com a qualidade e quantidade suficientes para suprimir todas as necessidades da humanidade. Assim sendo, podemos constatar que a atividade agrícola tem sido até hoje fundamental, para que as civilizações se sustentem e progridam para um futuro melhor.
A Agricultura Regenerativa tem como principal objetivo conservar e restaurar os recursos naturais como o solo, a água e a biodiversidade. É uma agricultura que vai de encontro ao combate às alterações climáticas, pois permite aumentar o sequestro de carbono da atmosfera, evitando a sua libertação, e visa ainda criar maior resiliência a fatores extremos como cheias e secas severas.
Além disso pretende abordar o solo como um organismo vivo adaptando sistemas agrícolas que funcionem em harmonia com a natureza, de forma a melhorar a sua estrutura e potencial produtivo, com uma influência positiva na agricultura, ambiente e sociedade.
O grande propósito da prática de agricultura regenerativa é aumentar o teor de matéria orgânica (MO), de forma a melhorar constantemente a atividade biológica no solo, ou seja, criar um ecossistema que permita o crescimento da população de organismos, como fungos e bactérias, que vão decompor e formar novas camadas. Adquirindo essas condições, o solo terá mais capacidade para reter o carbono que é emitido de diversas formas e que está na atmosfera a contribuir para o efeito de estufa.
Curiosidade: “Num hectare, a diminuição em 1% da matéria orgânica nos primeiros 30 cm de solo, implica a libertação de cerca de 166 t de CO2 para a atmosfera!” (Cunha et al, 2005, p.67).
Pode-se afirmar então que, as mobilizações do solo estão correlacionadas com esta mesma perda de MO e consequente emissão de CO2, pois vão causar a exposição da MO à oxidação biológica.
PERMACULTURA
Permacultura é uma expressão originada do inglês “Permanent Agriculture” e foi criada por Bill Mollison e David Holmgren na década de 70 do século passado. Ao longo dos anos ela passou a ser compreendida como “Cultura Permanente”, pois passou a abranger uma ampla gama de conhecimentos oriundos de diversas áreas científicas, indo muito além da agricultura.
Nos dias atuais, a permacultura transpassa desde da compreensão da ecologia, da leitura da paisagem, do reconhecimento de padrões naturais, do uso de energias e do bem manejar os recursos naturais, com o intuito de planejar e criar ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza.
Atualmente a permacultura é considerada uma ciência socioambiental de planejamento de assentamentos humanos autossustentáveis, que evoluem naturalmente em relacionamentos dinâmicos e renováveis com o ambiente ao seu redor, que congrega o saber científico com o tradicional popular e visa, é claro, a nossa permanência como espécie na Terra.
A permacultura possui três éticas e alguns princípios de planejamento que são baseados na observação da ecologia e da forma sustentável de interação, produção e de vida das populações tradicionais com a natureza, sempre trabalhando a favor dela e nunca contra.
Com seus quase três hectares de terra agrícola, localizada na Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga, ao longo do rio Ave, nasce o projeto Quinta Pedagógica em 2020, em parceria com a BragaMob e o Programa Erasmus +, juntamente com voluntários das mais diversas áreas da agricultura regenerativa, da Permacultura e da Pecuária. Todos motivados com o principal objetivo; conservar e restaurar os recursos naturais como o solo, a água e a biodiversidade.
O Projeto foi nomeado em Homenagem a memória do Professor Alexandre Prisco da Silva Neves, natural de São Paulo, lecionou durante 32 anos em diversas instituições de ensino, ficando conhecido pelas disciplinas de Matemática e Biologia pela instituição de ensino CNEC Fayal de Itajaí, em Santa Catarina.
O Professor Alexandre Prisco era licenciado pela Universidade de Mogi das Cruzes, nas disciplinas de Ciências Biológicas, Química, Física, Matemática e pós graduado pela Universidade Leonardo Da Vinci.
Umas das grandes paixões do Professor Alexandre Prisco era pela Ciência e a Biologia, e foi durante muitos anos responsável pelo laboratório de ciências no Colégio Nilton Kucker, em Itajaí.
Hoje, toda a sua memória e dedicação pelo ensino da Ciência e Biologia é partilhado por meio do Projeto Quinta Pedagógica e pelas matérias da Agricultura Regenerativa e da Permacultura.
Preocupados com o futuro do nosso Planeta e com todos os impactos climáticos que o ser humano vem causando ao seu próprio habitat, Sol Mendes e Fabiano Prisco, promovem por meio de seus conhecimentos e experiências da vida no campo, a diminuição do carbono pelo método “carbon footprint”, acompanhando o seu próprio rasto da emissão do carbono, adotando um estilo de vida mais consciente e menos dependente da industria e dos produtos que causam grande impacto no eco-sistema, como tal, o uso excessivo de plásticos e diversos outros materiais.
A destruição da vegetação provocada por atividades da agricultura ou pecuária intensiva, a poluição atmosférica por emissão de gases poluentes, a alteração dos recursos naturais, como a água, o ar, a vegetação e o solo, a deposição incorreta de lixo e resíduos sólidos na superfície do planeta além da contaminação das fontes de água.
Partindo deste princípio, Sol Mendes e Fabiano Prisco, deram início ao Projeto ” Quinta Pedagógica”, proporcionando um espaço para estagiários de cursos técnicos, universitários recém formados e voluntários entusiastas poderem praticar e desenvolver a agricultura regenerativa com técnicas voltadas a agricultura biológica, evitando a destruição do solo e de toda sua vida microbiana.
Principais atividades: Compostagem, Reciclagem, Preparação do Solo e controle de sementes. Criação e tratamento de ruminantes.
Agricultura familiar orgânica, controlada em estufa, produção de verduras e legumes.
Principais atividades: Plantação de arvores e arbustos, criação de regos d’água, criação de canteiros elevados “raised bed garden”, criação e tratamento de aves.
Agricultura Regenerativa e biológica, uso de adubo organico proveniente de esterco animal.